Despertei, hoje, meio sorumbático, pachorrento. Não sei exatamente qual a razão. Desconfio que tenha sido resultado de algum sonho mal sonhado que não me veio a lume ou uma saudade sem aparente causa. A verdade é que estou me sentindo macambúzio ou, para não fugir da minha origem, como certamente diria meu pai, Tião Sapateiro, falecido no dia 27/6 último, de causas naturais, aos 91 anos: “Hoje, acordei meio descalqueado”.
São quatro horas da matina, a noite e sua gente ainda dorme e nubiloso está o céu. A tentação é de ir para frente do computador procurar não-sei-o-quê até o dia clarear. Resisto bravamente. Quando isso me ocorre (o que é raro), já conheço muito bem o infalível antídoto: fazer minha caminhada ou corrida no Dique do Tororó, um dos lugares mais aprazíveis de Salvador, para reencontrar minhas amigas alto-astrais: a serotonina e a dopamina, neurotransmissores bem-humorados, energéticos, dispostos e sempre disponíveis, basta tão somente procurá-los.
Dique do Tororó -
Salvador - Bahia - Brasil. 2018. Foto: Novais Neto.
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Minha primeira participação foi no já distante ano de 1988, a 63ª Corrida Internacional de São Silvestre, última que aconteceu à noite, com largada às 23h30, num percurso em torno de 8km. As demais, com percurso definitivamente fixado em 15km, ocorreram nos anos de 1994 (70ª Corrida) e 1999 (75ª). O tempo voa muito mais rápido que os pés dos melhores corredores, isto é certo. Em 2019, ano passado, realizou-se a 95ª edição da mais famosa corrida do País.
63ª Eliminatória da Corrida de São Silvestre (Salvador, 1988) e 70ª Corrida de São Silvestre (São Paulo, 1994). |
75ª Corrida de São Silvestre (medalha), ano de 1999, terceira participação. Fotos: Acervo pessoal. |
A estes momentos, se certo estou, é que me dizem quão bela é a vida e que me animam a enfrentar os percalços da caminhada e contornar os descaminhos. Amar os amigos, minha família, minha filha, minhas terras queridas: Santa Maria da Vitória, sempre hors concours, e Salvador, minha cidade adotada; amar meus amores, sem olvidá-los, jamais; sentir que a felicidade é relativa e que cada um de nós é que sabe – e sente – se é ou se não é feliz.
Dique do Tororó - Salvador - Bahia - Brasil. 2018. Foto de um corredor anônimo. |
Não me convém, entretanto, adentrar estes caminhos científicos porque não é o propósito desta crônica e nem tenho conhecimento suficiente para tal, evidentemente. Ademais, como se diz coloquialmente em Soterópolis: “não é a minha praia”. Por outro lado, seja lá qual for “a minha praia” e, sem receio de que esteja a fazer falsa declaração de amor, proclamo, aos quatro ventos, alto e bom som: Eu Te Amo, Serotonina!
Aí é que está o mapa da mina, para quem quiser adquirir saúde, prazer e felicidade. Mas, tem que ter disposição e determinação assim como você. Parabéns.
ResponderExcluirSeretonina e Dopamina o elixir da saúde, Parabéns amigo atleta
ResponderExcluirSem dúvida o exercício físico , é o segredo da longevidade. Parabéns irmão.
ResponderExcluirParabéns Novais.Bela crônica.
ResponderExcluirGostei, parabéns
ResponderExcluirE muito legal exercitar no dique. Eu chamo de meu medico preferido pois desco c um problema e subo c a resolucao e bastante alegre.
ResponderExcluirCorremos muitos aí no Dique. Bons tempos. Boa crônica, Novais.
ResponderExcluirVocê é referência no dique... disposição e simpatia todas as manhãs.
ResponderExcluirEsse lugar é mágico e sob o olhar de um poeta aí é que a magia se intensifica.
ResponderExcluirMuito bem!
ResponderExcluirGostei poeta!
Não tenho o dique aqui por perto, esse local encantador, mas consigo a minha serotonina me exercitando por aqui mesmo.
Para bens!
Grande Novais. Alegrou meu dia. Abraços, primo.
ResponderExcluirParabéns poeta! A vida é muito simples a gente é que tem mania de complicar
ResponderExcluirParabens, Novais! Gostaria de ter a tua disposiçao para andar/correr em um lugar aprazivel na cidade!
ResponderExcluirGostei muito da cronica!
Parabéns meu amigo, gostei da crônica. Grande abraço
ResponderExcluir[Valdélio Santos Silva, via WhatsApp]
ResponderExcluirLi e gostei muito da sua prosa! Depois de tanto voltado quase exclusivamente para a literatura sociológica e antropológica, tenho saudades da época que me deixava embora pela poesia, pelos contos e romances! Parabéns pelo texto e pela escrita leve!