sábado, 19 de dezembro de 2020

Falência contábil de um amor (nova declamação)

Neste poema, utilizo termos das Contabilidades Geral e Bancária para contar hipotética história de amor. Ele é uma homenagem aos meus ex-colegas e ex-professores do Curso de Contabilidade do Centro Educacional Santamariense, de Santa Maria da Vitória (Bahia - Brasil), primeira turma de formandos da cidade do referido curso no ano de 1977.

Dedico ainda aos meus ex-colegas do extinto Banco do Estado da Bahia (BANEB), que boas lembranças nos deixou e onde tive a mais valiosa experiência profissional. Esta poesias faz parte do meu terceiro livro, Meu lugar é aqui no Centenário de Santa Maria da Vitória, páginas 95-96, publicado no ano de 2009, por ocasião dos 100 anos de emancipação política e administrativa do município. FALÊNCIA CONTÁBIL DE UM AMOR Quando nosso amor parecia um bem durável, Você só via crédito em meus sentimentos E torcia muito por um resultado positivo. Tudo era lindo porque o lucro esperado Indicava uma inflação de felicidades. Nossos sonhos eram capitalizados E as evidências circulantes tendiam Para uma desejada e feliz junção De um amor realizável a curto prazo. Foram dias em que o saldo positivo Era o resultado da compensação amorosa. Mas tudo tem um fim e um preço e, Muitas vezes, por mais ativo que pareceu O amor real, faltou-lhe consistência. Você passou a fazer cobranças absurdas Que nem mesmo o aval da minha sinceridade Conseguiu criar uma estabilidade relativa. Passei então a ser absolutamente passivo, Mas reclamando dividendos por ter sido Sempre leal, sem o mínimo de desconto, Para tentar, desse modo, reduzir a zero Um suposto saldo devedor que criara. Nada deu certo. Nada! E aquilo que parecia Permanente e amparado por sólidos Investimentos, tornou-se rendas de cobrança. A insolvência absoluta foi tão cruel, tão cruel, Que apesar de tantos e tantos réditos positivos, Chegou ao fim o nosso deficitário, Ao dar-se a fatídica Apuração do Resultado. (NOVAIS NETO. Meu lugar é aqui no Centenário de Santa Maria da Vitória. Salvador: Press Color, 2009. p. 95. 164 p.)

4 comentários:

  1. Pena que faliu.

    Abra em-presa que liberta.

    Fabrique poemas novos.

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  2. Que maravilhosa analogia meu amigo, entre o amor e nossas finanças.
    Mais um momento de grande inspiração.
    Parabéns! Obrigado!����

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Quem sou

Raimundo Neto, radialista

Anos atrás, exatamente no dia do meu aniversário, 24 de outubro, recebi um áudio da poesia “A doce química do seu olhar volátil”, do amigo R...