“No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus”. (João 1:1); “E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós [...]. (João 1:14) E sem maiores delongas, por força ilustrativa desta crônica, digamos que tudo aconteceu exatamente como está nas Escrituras Sagradas, sem levarmos em conta eventual simbologia.
A continuar a célere marcha do tempo, já no ano de 1957 da Era Cristã, ele veio ao mundo: um mundo conturbado, vítima de duas grandes guerras mundiais, incontáveis catástrofes naturais e outras tantas provocadas pelo homem — esse animal (ir)racional — enfim, um mundo bem diferente: final dos tempos para muitos!
Vinte anos depois, em 1977 — adulto já — nem percebeu estar a viver a conjugação do verbo: um verbo neológico, raramente usado, o verbo vintar, certamente o mais belo deles, não pela eufonia, mas por dizer respeito à fase mais bonita e viçosa da existência humana na qual sonhos e incertezas andam pari passu. Ele, então, passou a ser um vintenário sonhador e poeta.
À luz, no entanto, das constatações científicas, principalmente aprendidas nas aulas de Biologia, recordou que o envelhecimento dos tecidos e a diminuição gradativa das forças musculares seriam doravante inevitáveis e visíveis. Nada assustador: ele se sentia mais maduro, mais sereno, mais produtivo e jovem de espírito, não sentindo — ainda — o peso cumulativo dos outubros vividos.
Ano de 1997, mês de outubro, dia 24. Ele é pai de uma linda menina (êta corujice explícita!) de um ano e meio. Fez algumas coisas certas e outras tantas que não frutificaram. Bem mais maduro, segue poeta sonhador, embora “as pedras do caminho” o tenham tornado mais crítico, mais consciente, por isso mesmo a vibrar mais com vitórias alcançadas e das intempéries a retirar lições.
E o Verbo? Lembra-se do Verbo que se fez carne? Pois bem! As dezenas perfeitas, isto é, os numerais arábicos cardinais a denotar contagem natalícia, que se fizeram ao longo dos tempos os verbos vintar e trintar, continuam sua conjugação atemporal. E assim, é a carne que se vai transformando em verbos e, gradativamente, habitando em mim: quarentei!
Salvador (BA), 24 de outubro de 1997.
Em tempo: Depois do verbo quarentar, há 22 anos, quando esta crônica foi escrita, cinquentei, sessentei, na esperança de que outras conjugações verbais hão de vir. E que venha o próximo verbo que pretendo conjugá-lo na primeira pessoa do Pretérito Perfeito: setentei. Hoje, ainda conjugado no Futuro do Presente: setentarei. Se Deus assim desejar! E que seja esse o desejo dEle.
Santa Maria da Vitória (BA), 24 de outubro de 2019.
Muito boa crônica, expressão do interior de uma pessoa que valoriza a vida.
ResponderExcluirNovais, parabéns! Bom o olhar do poeta na sua trajetória, o observador e o que vive, Beleza!
ResponderExcluirMuito bom e parabéns pelo dia de hoje seu aniversário
ResponderExcluirRapaz quero aqui fazer um destaque especial PARABENS PRA VOCÊ, e viva sua auto estima .
ResponderExcluirParabéns Novais! Poderia comentar aqui, sobre esse seu olhar do passar do tempo com um dizer; que ele e o senhor da razão. Mais vejo que vc com sua inspiração e serenidade, é o verdadeiro sr do seu próprio tempo.
ResponderExcluirParabens, primo. Deus lhe conceda muitos "ei" pela frente - setentei, oitente, noventei e...sonhei rsrsrs. Abraço
ResponderExcluirPARABÉNS amigo continue assim com está coragem para viver BEIJOS
ResponderExcluirParabéns meu amigo, que Deus continue iluminando a sua vida, abraço
ResponderExcluirBom dia, Novais!
ResponderExcluirLi hoje o teu poema.Gostei e revivi na memória a tua trajetória que acompanho há algumas décadas! Parabéns por mais um belo poema!
Que venha vários verbos a serem criados na sua vida, e desejo vê-lo a pronunciá-los. Rssrs. Abraços querido anigo poeta Novais.
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